Esta notícia deveria ter um título do tipo: “Eu vou morrer e não vou ver tudo.”
Há alguns dias atrás recebi uma mensagem de uma estudante de Direito. Ela havia lido alguns artigos meus sobre prostituição e, embora concordasse com a minha conclusão acerca da legitimidade da profissão, discordava da ilicitude da relação com o “intermediário”, ou seja o cafetão ou facilitador.
Seu trabalho de conclusão de curso de Direito visava, justamente, estabelecer uma linha de argumentação em que afirmaria a licitude da relação com a possibilidade, portanto, de a prostituta postular relação de emprego com o seu explorador.
Respondi que a hipótese era absurda e ela não me contatou mais.
Agora vejo uma notícia que é de cair o queixo: um traficante (ou um trabalhador do tráfico) informou aos policiais que o prenderam que era um trabalhador formal e registrado a serviço da distribuição de drogas ilícitas, possuindo salário fixo, de R$ 415,00, registrado na sua carteira profissional, recebendo, ainda, comissões sobre as vendas.
A notícia, acaso se confirme (o “trabalhador” não portava o documento no momento de sua prisão), representará muito mais do um deboche às instituições democráticas, mas mais um indício da falência do próprio Estado diante de um crime cada vez mais organizado. Tão organizado que, após se estruturar com a forma do Estado, inclusive constituindo arremedos de tribunais, encarregados de decidir – com muito mais agilidade (até porque desprezando muitos princípios inerentes ao Estado Democrático) – desde pequenas divergências até assuntos de vida e morte dos residentes nas suas áreas de influência, agora passa a se utilizar de instrumentos legítimos com o intuito de fazer revestir com uma casca de legalidade uma atividade que traz a ruína de um sem número de famílias.
[…] Jorge, do Direito e Trabalho, comentou recentemente sobre a prisão de um traficante que disse ser registrado em carteira de trabalho como traficante. […]
[…] Jorge, do Direito e Trabalho, comentou recentemente sobre a prisão de um traficante que disse ser registrado em carteira de trabalho como traficante. […]
Infelismente nossos representantes na esfera legislativa, estão mais interessados em realizar CPIs que não passam de um picadeiro político. É mais fácil a adpataçao da sociedade as mazelas existentes e aos poderes paralelos do que uma ação inibidora por parte do Estado Latu sensu contra essas verdadeiras tangentes advindas talvez de uma conotaçao errada de governo, no seu aspecto diligente. Existem horas que se leva em conta voto em detrimento do correto. Aproveitando, pergunto da possibilidade da abordagem pelo blog das novas orientações jurisprudenciais advindas do TST, recem saidas do forno.
Ora, não seria surpreendente se pipocassem defensores de uma nova corrente doutrinária. Afinal, se, conforme quer influenciar a mídia com suas “pesquisas de opinião”, se acabe evoluindo no processo de descriminalização de algumas drogas, deixaria de ser um negócio ilícito, bastaria provar que àquele comércio dedica-se tão somente às drogas permitidas hehehe
Ora ora, as “cabeças pensantes intelectuais” do Brasil, aliadas à excelência do Poder Legislativo nos propiciam especular absurdos como esse… 😉
Como diz a letra da banda REM, “It’s the end of the world, as we know it”.