Uma situação que sempre me recordo quando se fala em judicialização de coisas banais foi a notícia que tive, quando estava em Minas Gerais, acerca do “lítígio” entre Tiradentes e São João del Rei acerca do local de nascimento de Tiradentes. Ora ou bem Tiradentes nasceu em uma ou outra cidade. Ainda que o STF diga em última instância, com força de coisa julgada material, que foi em um ou outro local isso não muda a verdade absoluta que é o local de nascimento deste, que é da competência do conhecimento de um historiador…
Agora a minha amiga Lílian Pimental apresenta uma decisão que vai ao encontro do meu pensamento. Por conta de uma piada o humorista Rafinha Bastos foi processado pela APAE. Em debate se a piada era, ou não, aceitável.
Interessante a reflexão colada na decisão que entendo interessante compartilhar:
Elias Thomé Saliba, professor titular de História da Universidade de São Paulo e profundo estudiosos do humor, aborda com propriedade esse fenômeno: “(o politicamente correto) é uma criação ideológica característica de sociedades que perderam o norte dos padrões morais e acabaram por impor regras casuísticas tópicas, que só conseguem estabelecer limites arbitrários. Batizado com outros nomes ou disfarçado de alguma forma de censura, o ‘politicamente correto’ sempre existiu em sociedades que viveram momentos distópicos, quando a ausência de cenários futuros deixou de ensejar padrões morais estáveis. O resultado é um moralismo nervoso que se manifesta aqui e ali, meio esquizofrênico, tópico, que não sabe bem a que veio e, na história, nunca resultou em boa coisa.”
Abaixo a sentença: