Me causa uma profunda comoção ver a notícia de que dois militares líbios desertaram, conduzindo suas aeronaves para o país vizinho, de Malta, ao se recusar a cumprir as ordens do sanguinário ditador de bombardear os populares que se manifestam contra ele.
Não se trata de uma deserção pura e simples. Ao se negar a lançar bombas sobre os cidadãos de seu povo (pessoas desconhecidas) e se abrigar em um território estrangeiro os militares tomaram uma decisão que lhes pode repercutir em muito para o futuro. Estarão, a partir de então, afastados de seus familiares que ficarão em um país em conflito,e os ditadores não costumam ser clementes sequer com crianças, quanto menos com os demais parentes dos desertores.
Ontem mesmo eu fiz uma doação (simbólica é verdade) de R$ 15,00 para que a Avaaz possibilite aos cidadãos dos países revoltosos que se comuniquem com o mundo através dos meios que lhe serão alcançados. Informação é importante, assim como solidariedade.
Realmente situação complicada do pessoal de lá. Uma bela dica é a de buscar a prática da solidariedade para com as pessoas. Vale a pena conferir e isso pode ajudar até a nós mesmos. Espero que a situação de lá se resolva o quanto antes.
Mais de 20 pilotos já foram executados por se recusarem a voar e a atirar sobre a multidão. Alguns estão ejetando sobre o oceano (para destruir os aviões) e voltam para a costa da Líbia visando juntarem-se aos revoltosos. O desfecho lá é imprevisível.
Doutor Alberto, vejo com ceticismo esses levantes populares. Em geral, substituem seis por meia dúzia. Então, ninguém se espante se Kadafi for substituído por outro ditador sanguinário. Países com instituições democráticas frágeis como a Líbia dificilmente terão um verdadeiro Estado de Direito. Mas sempre vale a torcida, e o otimismo é um primeiro passo para se começar a mudar as coisas.
@Ana Maria,
A participação popular acaba por incentivar os populares a permanecer vigilantes. Isso mais ou menos ocorreu no Brasil com o “Fora Collor” e, com certeza, levou os governantes seguintes a tomar mais cuidado com algumas das práticas adotadas pelo presidente então deposto.
Grande Jorge, eu sou meio pragmático e obtuso com a vida. OK, há de reconhecer a coragem deles. Mas eles não se pode negar que viveram anos sob a tutela do tirano e recebendo salários do, não é?
O exemplo foi muito bom e , mas o ideal é que o resto dos militares peçam as contas.
@Eduardo,
Permita-me uma pequena correção: os militares trabalharam e receberam salários do Estado Líbio.
Confundir um Estado com o seu governante é comum nos regimes absolutistas, mas principalmente sob o ponto de vista do tirano, não dos que dele tratam.
Melhor que os militares, no lugar de pedir as contas, tomem o lado da democracia, o que é muito importante para o fim de qualquer tirania.
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