– Doutor, ganhamos? – perguntou o cliente, visivelmente nervoso. Era um processo intrincado, que se arrastava por anos e do qual dependia, ganho ou não, o futuro dele. Receber uma ligação do advogado: o processo se havia encerrado. Se havia ganho ou não o advogado fizera mistério.
– Sr. Fredolino, – pigarreou o advogado – como eu já havia lhe dito este processo era deveras complicado. O senhor deve recordar no início, quando o senhor me procurou, que as chances eram iguais para ambas as partes.
Fredolino ouvia.
– Bem no juízo a quo apresentamos o libelo, a parte excepcionou e contestou. O magistrado rechaçou a exceção, mas em análise da matéria de fundo restou por nos dar procedência apenas parcial. Interpusemos o remédio apropriado tendo, então, o processo sido conduzido à instância ad quem, deistribuído o processo, o relator proferiu foto que nos foi inteiramente favorável, entretanto o conteúdo das manifestações do revisor e até do vogal foram incluídos nas razões de decidir. Assim ao se verificar que o conteúdo da fundamentação divergia do dispositivo, nada obstante a ementa confirmasse a decisão em nosso favor, nos obrigamos a apresentar embargos de declaração, apontando a contradição existente. Recebidos os embargos foi-nos dado provimento. A parte contrária, contudo, não se conformou, apresentou Recurso de Revista e, do despacho denegatório, apresentou Agravo de Instrumento. O Tribunal Superior negou seguimento a este último e, portanto, os autos estão agora de volta à Vara de origem.
Fredolino admirou-se que esta narrativa toda saiu de um fôlego só, sem que o advogado sequer resvalasse em um ou outro dos inúmeros termos utilizados. Apreveitou-se do intervalo do advogado e então, um pouco hesitante perguntou:
– Doutor o senhor me desculpe, nós ganhamos?
Preciso de ajuda para conseguir material para um ceminário sobre juridiques, peço aos colegas material com a devida fonte.
Agradeço a todos!
@ju,
“ceminário”? não há material que lhe sirva…
Caro amigo, as coisas poderiam ser simplificada sim no direito, mais seria como já vem sendo a mesma coisa que ensinar a população a operar e dar a elas um bisturi, não sou a favor de que se deixe de usar o latim bem como o juridiquês no direito, quem quiser ter facilidade de entender a linguagem jurídica que faça direito caramba, esse negócio de viver facilitando as coisas para os clientes com uma linguagem simples, dá a maio9ria deles a impressão de que nosso trabalho é muito fácil e não vale o dinheiro que eles nos devem e aí já viu NE, nada de pagamento, advogado não é rico, ele tem que ralar muito para isso, bom se é assim porque não mudam os nomes científicos das doenças das plantas e dos remédios também, assim nos reconheceríamos de cara um certo medicamento e nem precisaríamos ir ao médico não é?
Não penso que as coisas tem que serem complicadas não mais cada um no seu quadrado, temos que parar de ser idiotas desunidos fúteis e parar para lutar em favor de nossa profissão que é muito importante para o mundo, ou excluir a faculdade de direito e dar o livre direito da população postular e defender seus direitos sozinhos, econômico fácil.
Assim poderíamos aproveitar e quem sabe simplificar também a medicina a matemática e outras áreas, alas existem algumas petições que quando você lê dá até medo, isso deve ser pelo fato de se tentar simplificar ao máximo
Aqui tem alguns exemplos dessa tentativa de se analfabetizar o direito:
http://www.boletimjuridico.com.br/humor/default.asp
@CIDA,
Sinto muito Cida.
O trabalho de um advogado é sim muito facil ( falo om autoridade já que sou estudante formando desse ano e recem aprovado na oab.)Em 3 meses de pratica qualquer mula consegue exercer a função com autoridade, por isso tambem acredito ser desnecessário um curso de 5 anos E uma prova de autorização para a profissão.
Acredito que uma prova de autorização para a profissão ( prova da oab) já seria o suficiente. O direito , apesar do que acham alguns juristas brasileiros, É UM INSTRUMENTO DE SOLUÇÃO DE CONFLITOS, e não uma ciencia, uma arte ou algo com fim em si mesmo.
O direito tem o dever de ser PRAGMATICO E SIMPLES para que todos sem exceção tenham a possibilidade de defender seus direitos sem nenhuma representação.
A partir do momento que um cidadão qualquer não tem ideia de seus direitos e nem do funcionamento do poder judiciario, o direito perde seu valor.
E é isso que temos hoje em dia no Brasil um direito que está distante dos anseios da sociedade e mais preocupado em cada vez mais se voltar a si mesmo.
O curso de direito é desnecessariamente longo, em 2 anos o suficiente já seria ensinado, a prova da oab é banal, em 6 meses qualquer pessoa que tenha capacidade de DECORAR os conceitos basicos consegueria passar.
E por fim, alguns juristas conseguem ser mais complicados que William Faulkner, James Joyce e Thomas Pynchon na utilização da linguagem; estão mais preocupados com suas masturbações intelectuais e suas acrobacias gramaticais do que tentar modernizar e tornar EFETIVO o direito brasileiro.
E é por isso tudo que temos um dos sistemas judiciarios mais anacronicos do mundo inteiro, um direito distante da realidade com absurdos como cartas precatorias e citações por correio, um excessivo numero de recursos e procedimentos cartoriais, uma cultura que não privilegia os acordos e finalmente uma reserva de mercado ABSURDA imposta pela oab, tão absurda que o unico documento valido para realizar uma carga de processo é a carteira da oab, privando a propria parte interessada de ter copias do seu PROPRIO processo.
Qualquer sociedade começa por seu sistema judiciario, e fica clarissimo que o atraso da nação se deve em grande medida por esses absurdos que Juristas conceituados defendem.
@Renan,
Inexperiência normalmente vem aliada à arrogância, mas nada que não se resolva na primeira audiência.
afinal, me respondam com toda certeza: esse coitado ganhou ou nao?
[…] 28/03/2008 às 08h55min Paulo Gustavo juízes Há sentenças tão complicadas que o autor fica sem saber se ganhou ou perdeu. […]
Até quem é da área precisa ler com muita atenção essa salada de frutas! 😛
Juridiquês é sempre um tema interessante, e até polêmico. Outro dia, li um artigo em que o autor propunha o fim, inclusive, de expressões como “a quo”, “ad quem”, “habeas corpus”. Concordo que, para quem não é da área, a simplificação é necessária; só que um pouco de tecnicismo sempre vai sobrar, como em qualquer outra profissão. Afinal, é muito mais fácil falar “ex tunc” do que “efeitos que retroagem até a origem do fato”…
Pelo pouquíssimo que entendo de jurisdiquês, aviso o Fedolino que ganharam apesar de alguns contratempos…
Po Doutor, guarde o juridiquês para os jurídicos e fala pro Fedolino, ganhou ou não? rs
O militarês não chega a tanto mas tbm pode complicar as coisas.