
A greve nas Universidades Federais abre uma questão importante na política do Governo Federal acerca da educação. Para a administração federal o ensino superior tem uma importância estratégica ou vigora a ideia de aniquilá-lo integralmente tornando o país um celeiro de mão de obra barata, com a importação da ciência de tecnologia das nações já tradicionais da área?
A política de cotas pode dar uma impressão acerca de que o que vigora é a primeira opção. No entanto na medida em que se passam a reservar vagas nas universidades elegendo critérios que não o mérito dos candidatos, a tendência será a queda na qualidade da já pouca ciência produzida nas universidades com verbas públicas.
Por outro lado não se demonstra sensato permitir que os professores universitários tenham que mendigar reajuste, quanto mais que, atualmente, os rendimentos de um professor com doutorado são inferiores aos de um agente da Polícia Rodoviária Federal.
Permitirmos que uma geração inteira atrase a sua formação – isso sem se falar que um período recuperado nunca tem a mesma qualidade de um período normal – é um dano pelo qual vamos sentir no futuro. Espera-se que haja sensibilidade no governo para de alguma forma negociar tanto a recomposição salarial quanto a recuperação do tempo parado minimizando tais prejuízos.
Veja aqui uma das pautas de reivindicações da greve dos professores federais.
Depois que vi algumas estatísticas, onde constava que somente 33% dos nossos jovens chegavam ao ensino médio e desses , apenas 25% chegavam ao ensino superior, fica mais que claro que o maior problema é na outra ponta.Aos que possuem o poder não interessa um povo esclarecido.