A questão da credibilidade da testemunha é muito importante, mas pouco explorada e menos ainda compreendida. A utilização de técnicas de leitura corporal para a identificação de mentira pode gerar situações paradoxais. É o que Paul Ekman chama de “Erro de Otelo”, com base na Tragédia Otelo, de William Shakespeare, em que o protagonista, é enganado acerca da traição de sua esposa, Desdêmona, e, ao confrontá-la identifica em seu nervosismo – decorrente da desconfiança – com mentira e a mata, vindo logo a seguir a saber de seu erro.

Em muitas circunstâncias a testemunha sonega a verdade em uma questão lateral ao que se necessita demonstrar e esta relutância em revelar esta situação pode comprometer a busca pela realidade dos fatos controvertidos.
No filme Legalmente Loira há uma outra situação em que a acusada, mulher vaidosa e fútil, como a advogada que dá título à trama, oculta o seu álibi que lhe asseguraria a liberdade, no entanto se nega peremptoriamente a admitir que estava em um tratamento de beleza, exigindo de seus representantes legais a utilização de outras estratégias muito mais sofisticadas para lhe livrar de uma prisão praticamente certa.