Início Avançado Como fazer o juiz ler a minha petição?

Como fazer o juiz ler a minha petição?

Com bastante frequência ouço de amigos advogados a reclamação de que juízes não lêem integralmente as suas petições. Mas o que há para se fazer quanto a isso?

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Escrevi um monte de coisas na petição mas o juiz não leu praticamente nada do que estava lá. E agora o que eu faço?

Com bastante frequência ouço este tipo de reclamação de amigos advogados e eu mesmo já disse, em algumas ocasiões, que há alguns processos que são impossíveis de serem apreendidos através da sua leitura.

De uns tempos para cá alguns escritórios de advocacia passaram a utilizar meios visuais, aproveitando a versatilidade das petições eletrônicas, para tentar, de alguma forma, chamar a atenção dos julgadores em relação à matéria constante de suas petições. Surgiu o visual law ou o legal design.

Atento a esta novidade, tive a oportunidade de conversar com o advogado Henrique Hermann, quando ele pode expor como ele estava realizando este tipo de inovação e quais os seus objetivos com isso.

Mas será que o visual law é um meio adequado para solucionar a questão das petições não lidas pelos juízes? Como podemos ter as nossas razões devidamente apreciadas pelos magistrados encarregados de decidir as demandas que submetemos ao Judiciário?

Em uma conversa bastante franca e aberta que tivemos no nosso canal do Youtube o designer de serviço e de informação, Ricardo Martins, professor do Savannah College Of Art&Design, Georgia (EUA) desmistificou a possibilidade de uso do design para aumentar a atenção dos magistrados (ou quaisquer outros leitores) em relação às peças processuais escritas.

a forma escrita das letras e das palavras pode aprimorar ou dificultar o entendimento a compreensão, a partir da forma que você constrói uma página ou dispõe os parágrafos e as linhas.

Ricardo também destaca que a utilização das técnicas corretas pode ajudar. No entanto alerta que tem visto muitas bobagens e pseudociência aliadas ao legal design como, por exemplo a informação de que o nosso cérebro processaria as imagens 60 mil vezes mais rápido do que as palavras. O que é uma mentira sem nenhuma comprovação científica.

Acreditar que usar figurinhas, ícones ou cor vai ser sempre melhor para a compreensão do texto, acaba criando um festival de aberrações que não irão trazer nenhum benefício.

Ao final o que podemos concluir da entrevista com Ricardo Martins é o velho “menos é mais”. Textos curtos, diretamente ao ponto, e com poucas informações paralelas podem surtir mais efeito do que grandes textos, onde se explica, a partir de “escorços históricos”, até o que é o Direito, fundamentos basilares do Direito do Trabalho ou outras questões que, acaso o leitor não tivesse conhecimento até então ou não estaria neste local ou que provavelmente não irá se emendar agora.

Enfim, recomendo, para quem ainda não teve a oportunidade, que veja, ou reveja a íntegra da entrevista para tentar melhorar e aperfeiçoar as suas técnicas e táticas de peticionamento para obter melhores resultado.s

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