A derrota da Seleção, ainda mais de uma forma tão acachapante e incontestável como com um placar de 7 x 1, desperta nos teóricos de plantão um clima de profetas do passado. Não sou entendedor de futebol, nem quero me colocar ao lado destes sabichões. No entanto há pelo menos duas lições que podemos tirar deste autêntico chocolate alemão:
1. Não colocar a responsabilidade em apenas um jogador.
Nós já cometemos este erro em 1998, quando Ronaldinho não suportou a responsabilidade, surtou, e deixou na mão toda a Seleção na final contra a França.
Na Roma Antiga havia um procedimento muito interessante que, embora tenha chegado até nós como uma medida negativa, era um reforço para a sua democracia: o ostracismo. O ostracismo era uma eleição que se realizava nas cidades para que se excluíssem, por algum tempo, cidadãos que ganhavam notoriedade. Assim esta notoriedade, que era, na época considerada negativa, era sancionada com o afastamento, possibilitando que a escolha das suas autoridades políticas ocorresse sobre aqueles que tinham méritos mais perenes e que não ofuscariam o conjunto pelo seu brilho fugaz.
No caso a Alemanha teria, no caso em que Neymar jogasse, um esquema tático montado para deter Neymar. Na ausência dele, e sem que encontrassem qualquer outro substituto, o time alemão jogou mais livre, o que possibilitou o franco acesso ao gol.
2. Apostar no conjunto.

A Seleção Alemã tem jogadores de apenas dois clubes do país, o Bayern e Dortmund. Ou seja os jogadores estão fortemente entrosados não apenas porque jogam juntos na sua seleção há seis anos, mas também porque praticam o futebol durante o restante do tempo. O Brasil já teve experiências no sentido de se utilizar o time de um clube como base para a seleção, como nas Olimpíadas de 1984, na qual o time do Internacional de Porto Alegre, teve 11 jogadores escalados e que ganho a medalha de prata.
Para não tomar mais chocolates.
Sem dúvidas faltou também humildade para o Brasil. Felipão assumiu a sua culpa, mas teimosamente admite que não mudaria nada. Apostar na “Família Scolari”, com jogadores apáticos, mas mantidos apenas por conta desta inclusão “na família”, é uma reprodução da nossa política sem méritos, baseada no nepotismo em relações pessoais e pouco no efetivo mérito de suas personagens.
[…] outro lado a já referida vantagem de entrosamento da Alemanha, por manter um núcleo de um time que joga habitua… foi apenas um detalhe ao perceber que o Brasil veio sem o Neymar e sem nenhuma alternativa para […]