Há algum tempo atrás a imprensa noticiou que um grupo de policiais rodoviários havia sido preso porque estavam extorquindo motoristas. A investigação somente foi levada a cabo porque havia diversas denúncias de pessoas que haviam sofrido a extorsão. Certamente isso pouco repercutiu em relação ao primeiro denunciante mas, ao final, os criminosos foram punidos – ou pelo menos processados.
Agora no episódio do atropelador de ciclistas de Porto Alegre isso mais ou menos se repete, de uma forma mais didática e irônica.
O servidor público Ricardo José Neis até poderia alegar em sua defesa algo como “um dia de fúria”, ou uma reação nunca ocorrida e que surpreendera a ele próprio.
No entanto já se encontrou um registro de ocorrência de uma ex-namorada a quem ele teria ameaçado com uma machadinha e um facão. Interessante que no boletim consta que o motorista teria dinheiro e influência e que de nada adiantaria a comunicação à polícia. Fosse a namorada deixar de comunicar às autoridades a sua agressão, Ricardo não teria antecedentes desabonatórios. Agora, certamente, irá ser convocada a depor para demonstrar a sua personalidade em um eventual júri que tem tudo para ser concorridíssimo.
Não bastasse isso ainda apareceu, dentre as várias multas de trânsito, uma por trafegar na calçada. De fato Ricardo Neis não está em uma conjunção astral muito boa…
depois de ler alguns comentários dos colegas que me antecederam, fiquei um tanto desanimado. infelizmente as nossas instituições sem exeção, principalmente a politica é um cancer descoberto tardiamente. tambem olha o que estamos vendo: um pt encharcado de corruptos, uma policia abarrotada de pms traficantes. delegados, comandantes e politicos poderosos, abasstecidos pelas propinas da caça niquel, jogo do bicho e tráfico etc… ha se existisse um ministério públido, que pena, ele também está contaminado… que vergonha. sou apenas mais trouxa que denuncia.
A polícia brasileira não investiga e não apura. Aqui no RJ menos de 5% dos crimes são desvendados. Desse número, 3% são crimes de autoria conhecida (ou seja, nem precisam de investigação). A estrutura de serviço, a metodologia operacional e o pensamento do policial têm de ser mudados. Sem, não vai.
@Arthurius Maximus,
Você tem razão. No entanto ao menos para fins de estatística é importante o registro, ainda que seja frustrante saber que o nosso caso não será investigado.
OK, mas vamos combinar, a polícia tem que investigar TUDO e SEMPRE. Esperar um número razoável de denúncias é absurdo.
Um amigo foi registrar queixa de um celular e não quiseram fazer a ocorrencia. Então ele perguntou “se usarem meu telefone para um crime, você vai lembrar que eu vim aqui e VOCE não quis registrar a ocorrencia?”. Ai a coisa mudou de figura.
@Eduardo,
Em um mundo ideal, sim.